quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Linha do tempo

Sentei na calçada de domingo. A noite abafada, tinha vento lá fora.
Sentei. Olhei minhas mãos. Pensei então que se eu pudesse, lá do passado, espiar meu futuro e visse minhas mãos do presente, me assustaria.
Ausências e presenças. Só de olhar as mãos saberia que minhas certezas teriam mudado.
O rumo foi outro. Que os tijolos ordenados n'algum momento se descompassaram.
Saí do passado, voltei pro presente.
Olhei meus cabelos. Pendurados com as pontas repousando sobre as pernas.
É, certas coisas não teriam mudado do passado pro presente.
Parei de pensar um uns segundos. No escuro da noite te vejo dobrar a esquina, caminhando em minha direção. E pensei que do passado tal imagem seria pra mim sem sentido.
Saí do passado pra voltar pro presente, que vai virar lembrança no futuro (presente). Futuro que só vejo quando dou o passo.

No ar

Tô respirando seus rastros em todo o lugar
Recolhendo as migalhas de você
E fecho os olhos pra enxergar o que não vejo
Te enxergar do longe...