domingo, 26 de julho de 2015

Contigo

Estes últimos dois meses de você aqui perto despertou-me à vivência da cumplicidade. Passamos por etapas desde o café de retorno, acertamos o passo entre tropeços para este trecho da caminhada. Cumplicidade ainda que temperada de ilusão. Sou capaz de encaixar invenção nos fatos. Inventei um eu contigo, um eu capaz de partilhar interesses (in)quietos da leitura, do café, do filme no sofá, da contemplação reflexiva...longe dos olhares curiosos e afazeres agitados. Invenção porque aprendi contigo que eu sinto independe de você; invento a sua contrapartida e crio a imaginação do nós. Quando você for embora e a Mantiqueira não te abrigar ao alcance dos meus olhos, sentirei falta de nossas tardes. Sentirei falta de ter com quem sonhar dividir momentos gostosos de meus dias. Sinto falta de ter alguém em quem repousar o meu amor. Sinto falta do que eu sentia quando acreditava ser você o homem com quem trilharia esta jornada. Hoje eu volto à realidade, que meu peito segue vazio, que não é em ti que eu penso ao ler algo bonito. Que meu coração não tem por quem vibrar junto ao ler coisas de amor. Hoje o meu peito abriga sozinho todo o meu amor, que não tem com quem dividir espaço.