segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sinto

Sobre o amor eu não sei,
apenas sinto, mas não sei se é o amor
isso que eu trago aqui dentro.

Confunde-se com a saudade, mas saudade eu não sei se é.
Eu só sinto.
Aqui dentro.
- E é dentro.-

Sinto como a imensidão do mar que vejo...
parece calmo.
Uma ondulação começa...
...aumenta,
volume,
ganha corpo,
 grande,
até assusta quem mais a admira,
e explode...avança sobre a areia.

 Quando sinto, creio que seja assim

A água volta para a imensidão,
 recua  para dentro de si.
Choca-se com a ondulação que vem ao seu encontro - para frente - e estoura.
 rebentação.
' Quando sinto, creio que seja assim a saudade - uma força irresistível para dentro!
e que vai ao encontro do amor... Que também não sei.
Só sinto. Indissociáveis.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pedinte

...do mundo?
Ilusão.
A quem suplicamos esmola,
respostas....
a uma estátua fria
de olhos vazios,
cegos
pra nós.

30/09/2013

...

Quero a liberdade... de ir, de vir. De Ficar. Aqui. 
Comigo.
...lá.

sábado, 28 de setembro de 2013

Escrevendo,  eu descongestiono o meu peito de tantos sentimentos.
é como se o exercício da escrita pincelasse de razão o sentimento e o atenuasse -
procurando dar forma ao sentimento,  
ele passa a ser outro; 
 palpável, 
 trabalhado...escrito, 
possível de ser apagado à borracha.
  
Modificado. 

20h57


Guardo numa caixa, confeccionada com lembranças, fragmentos materiais de memória.
Um caixa de recordações -  era o que eu pensava.
Hoje penso diferente: não é para mim essa caixa, mas para quem a descobrir: recrie-me.
Depois de mim, quem eu fui...

28/09/2013

Este vazio,
De novo...o vazio.
Como se esse vácuo radicado em meu peito sugasse tudo a sua volta!

Por quê?

Preenchê-lo de mim. Preciso de mim. Preenchê-lo comigo. - aconselhou-me o fiel amigo.

Na maior parte do tempo sou fuga dessa tristeza... - Apontou-me o amado.
O que faço, o que passo é para adiar o encontro comigo....e com o vazio.

É como se ...parte de mim me odiasse e me envergonhasse por isso.
Como se parte de mim me cobrasse e me cobrasse e me cobrasse para ser...quem não sou.
 Ou quem sou por inteiro, a começar para mim.
 Ou quem posso ser, quem ainda não sou...alguém diferente de mim
 (agora).

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

27/09/2013

É como se o meu peito pudesse antever a dor que lhe acometerá,
sensações se repetem e, pela frequência, me permitem pensar assim.

Hoje sei o por que meu peito doía dias atrás.

Sentirei a sua falta todos os dias,
Odiarei a sua ausência todas as horas,
Desejarei afastar seus rastros de minha vista todo o tempo buscando...
encontrá-lo.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

24/09/2013


E quando já não se sabe com o que preencher
essa lacuna,
que por vezes mais parece abismo,
fissuras de uma estiagem
que nem a poesia
a filosofia
o desejo
o amor que diz sentir por mim
podem saciar?

E quando a flor já não cheira mais,
quando a música não te comove,
quando o vento que entra pela janela
já não te leva para passear?

E quando a comida quente no fogão
a companhia logo ali no cômodo ao lado
quando seus deveres
e o vídeo rolando aquela música ao fundo
não roubam a cena nem te distraem?

E essa falta de certezas que me aflige
quando deveria encorajar
desafiar
à exercitar o gozo da liberdade,
mas, não.
Instalou-se aqui a ansiedade cruel.

22/09/2013

Basta-me a sua voz triste para o meu peito ser tomado por imensa agonia.
Ah, se eu pudesse secar as suas lágrimas e acalmar seu choro.
Não, não me peça para desistir de minha vontade.
Não me fale da razão nem de metafísica,
segue Caeiro, não pense e só sinta.
Sinta-me.
Despe-se da razão por mim.

domingo, 1 de setembro de 2013

Concreto

Trair a fantasia
trazendo-a pro chão

ansiedade

Pés aqui
a mente noutro lugar
pescoço esticado
tentando levar os olhos a enxergarem aquilo
que já vi
de antemão
na mania de antever
planejar
controlar

domingo, 13 de janeiro de 2013

Chuva de domingo

O homem desconhece a sua natureza
e a de seu amor (lei natural?)

Vacila entre humano e celestial.
Teme o finito e desconfia da eternidade.
Inventa o amor.
...e não sabe o que fazer de sua criatura
Pensa o amor
e não o sente.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sen(ti)

A visão prepondera
me rouba a atenção dos outros sentidos.
Sentido:
buscando- o,
aonde não tem.

Pra sentir
devo fechar os olhos,
esses que só buscam (com) a razão.

Quero o arrepiar dos pelos,
pele áspera de expectativa!
o pulsar do peito - que passa a ser visto pelos atentos.
...o aroma quente que a pele exala.


Sentidos

E o vento se mostra para mim
O vento se faz visão.
Levanta o perfume da grama cortada,
Faz zunir nos ouvidos atentos,
Descabela a copa das árvores,
apressa meus passos.

O vento leva e traz.
Lembra-me que nada pára
que o estático é invenção.

Apresenta-me o que é natural,
e que mais importante que (a)parecer,
ver,
é sentir.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sozinha

... o que me vale, agora, aqui sozinha, senão o que eu sinto?
ao quê dar atenção senão ao que me afeta?
o que entender senão o que se bate contra mim?
o quê buscar senão o que amo?

Cercar-me de quê, senão do que me apraz?

Vontade primeira.


Nada ao acaso,
nada por estética,
mas cercar-me do que sinto.

Respingar de mim 
tudo o que me cerca...
Penso, mas não gosto de pensar.
Gosto quando me surpreendo com minha fala,
quando um eu desconhecido escapa, se apresenta.
Gosto de fazer o que outrora pensava não ser meu tipo.
Gosto quando não preparo meus passos, palavras não saem polidas,

quando sinto sem saber....

Vontade de você



Amor santo, de Tereza para Karenin,
me diz a razão
e os livros sagrados.

Você ao meu alcance, digo eu mesma
ao alcance do meu toque,
 das saudades, da luxúria, 
dos meus beijos...
do tato de meus lábios...

 ... amor que deseja estar em seu pensamento,
dentro do seu peito.

Eu quero...
eu te quero.
Quero mais que palavras e toques dizem....
Não quero escrever bonito
quero apenas arrancar do meu peito o que me sufoca...

... desejo ardentemente aquilo que quero
 para me convencer que pode ser verdade
a utopia que inebria os poetas.

Por não acreditar que eu o desejo...
assim, tão ardente
fogo....
Tudo o que percebo é circular
A água que escorre pelo ralo
a fruta cortada na mesa
A flor que outrora se abria pétala por pétala

Ciclos, círculos, curvas
E a vida que alguém endurecido me apresentou
é objetivo, meta....reta, ordem....seta
o traçar de planos.

Sem volta
sem segunda chance
sem cruzar caminhos....

e isso me apavora
dores físicas tomam meu peito.

Iria você pra nunca mais voltar?
Retas paralelas, transversais?
Dói....
reta fugaz

O homem bom

Não quero de ti aquilo que outro qualquer poderia me dar
Não espero de ti o mesmo que de um estranho
Não te fará, pra mim, um homem bom se suas atitudes pudessem ser pagas

Pra mim, o que faz de um homem um bom homem, é aquilo que foge do socialmente aceito.

resposta

Gosto mais de mim sem maquiagem.
Gosto mais de mim quando estou de chinelos, sem espelhos, roupa de acordar.
Gosto mais quando não percebo que errei.
Gosto quando espero nada mais de mim que eu mesma.
Os opostos bailam em mim, 
compensam um ao outro. 
Desejo-os alternados, 
trabalho e repouso.

Mas do de(em)bate que mais me causa agonia é a do (inconciliaveis?) erro, desculpado pela humanidade, e da presunçosa coerência, quase celestial.

Pro novo ano

Desejo tornar-me aquilo tudo que acredito.
Admiração, crença, pensamento....ação.

Finitude

Hoje, eu desejei que não exista a vida eterna,
que a imortalidade seja um sonho vaidoso dos homens.
Hoje eu desejei o final, o acabar de mim
Hoje eu desejei o finito
Desejei o fim, nem que seja só de mim...

Não por tristeza, nem por pecado.
Mas pelo fim.