'Tô procurando Santo pra rezar Fé pra acreditar Enquanto jogo-me de costas pro mar tão cheio de neblina Que permite-me ver não mais que Uma braçada por vez.
Quero ter para quê chorar Quero ter por quem querer Esta vida desprendida, amarra. Quero mais nada em vão.
"Você está no mundo, só tem uma opção O caminho é longo, homemSer feliz ou não?Queimando a consciência e a sequencia que ela trazMomentos diferentes que confundem a tua paz" Raul Seixas
...porque o caminho se anda sozinho, aiá enquanto forem suas as pernas que carregam o peso.
por isso, é por isso, que eu vou sozinho, aiá Só eu no meu caminho e o coração carregado de saudade De quem escolhi deixar pelo caminho
Pois foste escolha e não necessidade Pois foste escolha e agora é saudades ...e assim, só assim, estarás sempre comigo, aiá
"... Que a brisa primeira levou No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar Mas eis que chega a roda-viva E carrega a saudade pra lá" Chico Buarque
A vida eu vivo. Amálgama do que planejo, do involuntário, do imposto, do acaso.
A vida, eu penso. No que quero pra mim, No que quero pelo outro, O fazer egoísta, O fazer que ninguém vê.
O que faz menos diferença no global, o que passa mais desapercebido: O que faço por mim ou pelo outro?
Qual diferença busca-se?
O que sacia mais a mim: O que quero pra mim ou o meu fazer pelo outro?
Saciar o que?
Quando sou mais eu: Quando penso em mim ou quando penso coletivo?
Ser?
Quando mais deixo de fazer algo: Quando faço pensando em mim ou quando faço pensando no outro?
O que me é imposto fazer?
Quando exacerbo minhas possibilidades de lutar: Quando luto por mim ou pelo outro?
Que luta escolho?
Professor: pra si ou por eles?
Quando é que faço pelo outro que não faço por mim? Quando é que o coletivo não interfere no singular?
Escolhas excludentes.
Excludentes?
Fuga?
"Eu não preciso ler jornais Mentir sozinho eu sou capaz Não quero ir de encontro ao azar Papai não quero provar nada Eu já servi à Pátria amada E todo mundo cobra minha luz"
No meu caminho de todo dia Tem os que passam e os que ficam Os que por mim passam o fazem quase sempre no mesmo lugar Parte de um cenário E quando faltam, fazem-me pensar se me atrasei ou se me adiantei Ou se o fizeram eles Percebo-os quando faltam
Os que ficam, vêem-me passar várias vezes Várias horas, tantas vezes Talvez os faça pensar: "porque tanta pressa tem essa menina"? Sempre com pressa, parece estar sempre fora de hora De que pressa tem essa menina? Pressa de que a cobram ou da que cobra de si?
Cobra do tempo a pressa que tem de algum momento querer parar o tempo... E ficar ali
Tantas coisas por fazer. Mas nada faço. Faço tudo pela metade. Agitada. Entediada. Lá fora chove. Dia escuro me convida a refletir. Parece que o dia tá triste. Gosto deles, dias assim. Parece que compartilham de minha tristeza e agonia. Sozinha no quarto quero o escuro. Música. Música pra embalar os pensamentos. Mas qual? Nenhuma de meu playlist, nenhuma das que tocam na rádio, aliás, gosto de nenhuma delas. Não sei o que ouvir. Vontade de escutar o que não sei bem ao certo. Músicas que tocavam a uns...5 anos atrás, talvez. Daquelas que tenho que pinçar da memória e lembrar o que elas me faziam sentir. Ao lembrar da música eu lembro de sensações, gostos, aromas... Lembro do que se passava na época dela. Que música quero? De que quero lembrar? O que me confortaria? Nada, que saco. Lá fora chove. Feriado, nada aberto. Nenhum filme pr'eu ver. Sem música pra escutar. Nada que me inspire a desenhar. Só rabiscos, mas repletos de significado. Hora de criar um momento. Criar novo sentido pra música que cruzar meu caminho no momento. "A procura da batida perfeita."
"Vai chover de novo, deu na TV
Que o povo já se cansou de tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui que reze ajuda de Deus
Mas nada pode fazer se a chuva quer é trazer você pra mim "