quarta-feira, 20 de maio de 2009

De cima do muro

A vida eu vivo.
Amálgama do que planejo,
do involuntário,
do imposto,
do acaso.

A vida, eu penso.
No que quero pra mim,
No que quero pelo outro,
O fazer egoísta,
O fazer que ninguém vê.

O que faz menos diferença no global,
o que passa mais desapercebido:
O que faço por mim ou pelo outro?

Qual diferença busca-se?

O que sacia mais a mim:
O que quero pra mim ou o meu fazer pelo outro?

Saciar o que?

Quando sou mais eu:
Quando penso em mim ou quando penso coletivo?

Ser?

Quando mais deixo de fazer algo:
Quando faço pensando em mim ou quando faço pensando no outro?

O que me é imposto fazer?

Quando exacerbo minhas possibilidades de lutar:
Quando luto por mim ou pelo outro?

Que luta escolho?

Professor: pra si ou por eles?

Quando é que faço pelo outro que não faço por mim?
Quando é que o coletivo não interfere no singular?

Escolhas excludentes.

Excludentes?

Fuga?


"Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
"

Raul Seixas

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