domingo, 13 de janeiro de 2013

Chuva de domingo

O homem desconhece a sua natureza
e a de seu amor (lei natural?)

Vacila entre humano e celestial.
Teme o finito e desconfia da eternidade.
Inventa o amor.
...e não sabe o que fazer de sua criatura
Pensa o amor
e não o sente.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sen(ti)

A visão prepondera
me rouba a atenção dos outros sentidos.
Sentido:
buscando- o,
aonde não tem.

Pra sentir
devo fechar os olhos,
esses que só buscam (com) a razão.

Quero o arrepiar dos pelos,
pele áspera de expectativa!
o pulsar do peito - que passa a ser visto pelos atentos.
...o aroma quente que a pele exala.


Sentidos

E o vento se mostra para mim
O vento se faz visão.
Levanta o perfume da grama cortada,
Faz zunir nos ouvidos atentos,
Descabela a copa das árvores,
apressa meus passos.

O vento leva e traz.
Lembra-me que nada pára
que o estático é invenção.

Apresenta-me o que é natural,
e que mais importante que (a)parecer,
ver,
é sentir.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sozinha

... o que me vale, agora, aqui sozinha, senão o que eu sinto?
ao quê dar atenção senão ao que me afeta?
o que entender senão o que se bate contra mim?
o quê buscar senão o que amo?

Cercar-me de quê, senão do que me apraz?

Vontade primeira.


Nada ao acaso,
nada por estética,
mas cercar-me do que sinto.

Respingar de mim 
tudo o que me cerca...
Penso, mas não gosto de pensar.
Gosto quando me surpreendo com minha fala,
quando um eu desconhecido escapa, se apresenta.
Gosto de fazer o que outrora pensava não ser meu tipo.
Gosto quando não preparo meus passos, palavras não saem polidas,

quando sinto sem saber....

Vontade de você



Amor santo, de Tereza para Karenin,
me diz a razão
e os livros sagrados.

Você ao meu alcance, digo eu mesma
ao alcance do meu toque,
 das saudades, da luxúria, 
dos meus beijos...
do tato de meus lábios...

 ... amor que deseja estar em seu pensamento,
dentro do seu peito.

Eu quero...
eu te quero.
Quero mais que palavras e toques dizem....
Não quero escrever bonito
quero apenas arrancar do meu peito o que me sufoca...

... desejo ardentemente aquilo que quero
 para me convencer que pode ser verdade
a utopia que inebria os poetas.

Por não acreditar que eu o desejo...
assim, tão ardente
fogo....
Tudo o que percebo é circular
A água que escorre pelo ralo
a fruta cortada na mesa
A flor que outrora se abria pétala por pétala

Ciclos, círculos, curvas
E a vida que alguém endurecido me apresentou
é objetivo, meta....reta, ordem....seta
o traçar de planos.

Sem volta
sem segunda chance
sem cruzar caminhos....

e isso me apavora
dores físicas tomam meu peito.

Iria você pra nunca mais voltar?
Retas paralelas, transversais?
Dói....
reta fugaz

O homem bom

Não quero de ti aquilo que outro qualquer poderia me dar
Não espero de ti o mesmo que de um estranho
Não te fará, pra mim, um homem bom se suas atitudes pudessem ser pagas

Pra mim, o que faz de um homem um bom homem, é aquilo que foge do socialmente aceito.

resposta

Gosto mais de mim sem maquiagem.
Gosto mais de mim quando estou de chinelos, sem espelhos, roupa de acordar.
Gosto mais quando não percebo que errei.
Gosto quando espero nada mais de mim que eu mesma.
Os opostos bailam em mim, 
compensam um ao outro. 
Desejo-os alternados, 
trabalho e repouso.

Mas do de(em)bate que mais me causa agonia é a do (inconciliaveis?) erro, desculpado pela humanidade, e da presunçosa coerência, quase celestial.

Pro novo ano

Desejo tornar-me aquilo tudo que acredito.
Admiração, crença, pensamento....ação.

Finitude

Hoje, eu desejei que não exista a vida eterna,
que a imortalidade seja um sonho vaidoso dos homens.
Hoje eu desejei o final, o acabar de mim
Hoje eu desejei o finito
Desejei o fim, nem que seja só de mim...

Não por tristeza, nem por pecado.
Mas pelo fim.