Desisti dos poetas, dos artistas, dos pintores, dos desenhistas, dos amantes.
Não sou sua musa.
Artista precisa do desafio.
Do amor não correspondido, do encanto da moça
que o pisem no chão.
Precisa da incerteza, do fogo, da perda, do medo pra manter-se inspirado, apaixonado.
E eu? Ah, e eu... pobre de mim.
Te dei todo o coração.
Não sou sua amante, a rosa que queres cultivar.
Não posso ser sua porque de mim você terá todo o amor! Seria sua pra sempre, e você me descartaria.
Lembraria, talvez, quando idoso, sozinho na mesa de bar.
Lembraria de um amor que poderia ter tido, uma companhia pra agora e que não tem mais.
EXPECTATIVA
ResponderExcluirNa minha cabeça, um enorme pêndulo
Neste ir e vir infinito ou em vão.
Meu sangue, areia, se esvai como o tempo.
Penso: loucura ou imaginação?
Fatos me mostram o passar das horas.
A vida e o prazer me escapam dos dedos
E fazem de mim um berço agora,
De pavor, insegurança e de medo.
Esses sonhos e quimeras que desejo,
Derretem, gotejam como sabão;
Na vontade de não querer perdê-los
Me abaixo e lambo os pingos desse chão.
Tal como as profundezas de um vulcão,
Que mesmo calmo aguarda erupção,
Brando e contendo incandescentes lavas,
Me sinto nessa estranha sensação,
Tal qual um condenado na prisão,
Sob a sentença da pesada clava.